quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Stalkear: entenda por que dar uma de Sherlock Holmes não é legal

Você morre de curiosidade de saber como foi a viagem do crush ou dar aquela espiada na vida do ex? Ou então se inteirar sobre o que o ídolo gosta de fazer e matar aquela curiosidade sobre quem é a pessoa que você trombou na internet? Tudo isso é popularmente conhecido como stalkear.

A palavra vem do verbo em inglês to stalk que, em tradução livre, significa perseguir algo ou alguém. Saiba identificar até que ponto essa prática é apenas para matar a curiosidade e quando se torna um alerta para distúrbios, como a obsessão.

Stalkear é normal?

Considerando o funcionamento das redes sociais, que têm entre suas principais funções seguir outros usuários, começar uma amizade e curtir as atividades do outro, acompanhar as postagens está dentro das atividades previstas.

Além disso, apenas visualizar a página a título de curiosidade ou para buscar alguma informação que será útil tanto para você quanto para a pessoa stalkeada e que não vai interferir no seu comportamento, provocando sofrimentos e frustrações, pode, sim, ser saudável.

Quando não é mais normal

iStock

Os desdobramentos do ato de stalkear podem causar sérias consequências. Visualizar e acompanhar as postagens se torna um problema quando sai do virtual e alcança o real. Como, por exemplo, se aproveitar das informações visualizadas para satisfazer interesses seus que tragam prejuízos ao outro.
Ainda, isso se caracteriza como uma importunação da privacidade alheia e pode ter efeitos mais graves quando utilizadas como um instrumento para intimidar ou assediar uma pessoa, sendo essa atitude cabível de processos criminais. Atente-se que mesmo que algumas redes sociais sejam públicas, elas ainda têm um limite de privacidade. Além disso, esse hábito é prejudicial, também, à pessoa que o pratica.

Fique alerta: stalkear pode lhe trazer malefícios

Alguns tipos de comportamentos podem nos ajudar a entender se estamos diante de um problema como a compulsão. A psicóloga Fernanda Félix Barbosa, CRP 08/28120, enumera quatro características principais para você prestar atenção:

  • Deixar de lado seus compromissos e tarefas importantes: abrir mão de suas próprias atividades a fim de imitar ações do outro com base no que você encontrou nas redes sociais ou em páginas de buscas pode ser danoso. Isso porque o indivíduo passa a colocar os afazeres de um terceiro acima dos seus.
  • Repetição: Entrar nas redes sociais da mesma pessoa em uma frequência exacerbada pode ser nocivo.
  • Dependência: estar em contato com a rede social da pessoa é o que lhe satisfaz, apenas. Comum, principalmente, quando já houve vínculos emocionais envolvidos na relação.
  • Dificuldade de concentração em outras atividades: um comportamento prejudicial pode ser o impedimento de se concentrar em atividades. Isso é consequência de estar sempre pensando sobre o que outro está fazendo ou postando sobre.

Por último, importante ressaltar que não estamos oferecendo diagnósticos, esse é apenas um alerta para você prestar atenção em seus comportamentos. Caso sinta que se encaixa nessa situação, recomendamos que você busque a ajuda profissional de um psicólogo.

Busque sempre o melhor para você

Separamos três vídeos com discussões que vão te ajudar a entender mais sobre as consequências de stalkear. Você vai encontrar, ainda, algumas sugestões de como redirecionar sua atenção.

1. Só vou dar uma espiadinha…

Esse vídeo fala sobre stalkear um ex, e como deixar esse hábito para trás. Janaina Campos é Coach Integral Sistêmica e esclarece dúvidas focadas em relacionamentos.

2. Nem tudo que reluz é ouro!

Nesse vídeo, a youtuber Lully expõe exemplos de como stalkear pode ser um ato arbitrário. Isso porque deixamos de lado o que realmente acontece na vida real e nos prendemos apenas ao retratado nas redes.

3. Cuide de você!

A psicóloga explica o termo orbiting, que, em tradução livre, significa orbitar. Neste caso, o termo se refere ao ato de estar “rodeando” as redes sociais da pessoa que você está stalkeando. Isso pode gerar angústias, frustrações e sofrimentos.

É preciso sempre ter em mente que as redes sociais são apenas uma parte da vida da pessoa, e não representam tudo que ela é. As postagens podem ser apenas momentos passageiros ou até mesmo mentirosas. Portanto, tenha sempre a sua saúde mental como prioridade. Por isso, caso sinta necessidade, procure ajuda profissional para impedir que isso atrapalhe a sua vida e a de outras pessoas.

Uma boa maneira de direcionar a sua atenção a outras coisas é conhecer pessoas diferentes e se interessar por novas atividades.

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