Clara em Neve tem a ver com a dinâmica e a exigência em se montar um negócio ou desenvolver um projeto. Para termos clara em neve como a utilizada por nossos confeiteiros e cozinheiros, é preciso bater a clara do ovo até que se transforme, cresça e apresente a firmeza, consistência e o ponto certo para uso.
A lógica desse processo da clara em neve será utilizada aqui para cristalizar o pensamento e a leitura que temos junto aos projetos, negócios e empresários com os quais vivenciamos suas vitórias, conquistas e derrotas nesse universo desafiador de empreender.
Separar a clara da gema
Quando iniciamos o processo de criação, imediatamente já nos é exigida a capacidade de separação. Assim como na separação da clara e da gema do ovo, não é um processo fácil! Aqui é a fase onde encontramos os apoiadores e opositores à nossa ideia e o início do primeiro rompimento e conflito.
Ser empresário e empreendedor no Brasil não é uma tarefa fácil. Essa fase de rompimento ou separação do mundo CTPS (Carteira de Trabalho Previdência Social) e CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) ou desistir de uma carreira no serviço público é uma das grandes dúvidas, principalmente em tempos de turbulência política e econômica.
Aqui esbarramos com a Burocracia, Impostos, Logística, Mão de obra entre outros fatores.
Bater as claras para se ter a neve
Nessa fase entramos na transformação: primeiramente a nossa, como pessoa, profissional, empresário ou empreendedor responsável pela criação de um negócio, operação e ou desenvolvimento de um projeto. e também a configuração do DNA da empresa.
Tenho como modelo dessa fase a recente experiência vivida em um dos projetos sob a responsabilidade da Guersola Consultoria. Uma fase que trata justamente da transformação, mudança e atualização. Saímos de um processo amador, arcaico e familiar, para a profissionalização e implantação de controles e cobranças efetivas com registros e históricos de ações, além da apresentação explícita das responsabilidades sobre cada cargo e função. Vocês não imaginam o que isso gera na equipe. Posso comparar ao lançamento de uma “bomba atômica” que gera praticamente a aniquilação de tudo visto até aquele presente momento.
Aqui nesse exemplo trago a mudança de um sistema de automação e quanto stress isso gerou. Como tivemos rangeres de dentes e outros tantos sentimentos como desistência, resistência, ausência de autoestima, etc.
Com isso, exemplifico o bater da claras para chegarmos na consistência de neve. É aqui que começamos a entender a diferença entre ser dono e ser empresário.
Ponto certo da clara em neve
A boa clara em neve é aquela em que podemos virar o recipiente onde ela está sem que a mesma caia. Assim como na frase, o primeiro desafio é vencer o medo de enfrentar todos os outros processos até aqui. O primeiro passo nesse ponto é esquecer as desculpas e as justificativas.
Iniciamos a fase de lapidação, que conta com a clarificação dos processos, permitindo a mais genuína apuração dos resultados juntamente a todos os envolvidos, sendo esse resultado positivo ou negativo junto ao seu negócio ou projeto.
E, mais uma vez, dependendo do resultado, mudanças serão necessárias. Essa é a lógica do Bater das Claras para se obter a Neve.
Lembre-se: consulte sempre um profissional. Vale muito a pena. Um café pode trazer esclarecimentos importantes e evitar erros em sua rota.
Texto: Adalberto Santos
*Adalberto Santos é sócio da Guersola Consultoria & Assessoria em Empreendimentos Gastronômicos. Graduado em Administração Empreendedora, Pós-Graduado em Gestão Empresarial e MBA em Gestão Estratégica de Negócios. Possui uma experiência de 19 anos em gestão de empresas nacionais e multinacionais no segmento de hospitalidade, passagem pelos setores administrativos, operacionais e de alimentação, que possibilitaram uma visão ampla das estruturas organizacionais das empresas onde colaborou. Vivência na operação e abertura de empreendimentos hoteleiros como gerente geral de hotéis de diferentes portes e categorias, em mais de dez cidades no Brasil.
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