terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Turbulência: minha gestão suporta ou se parte ao meio?

Tomo a liberdade de usar um termo muito utilizado pelos colegas da aviação “TURBULÊNCIA”. Quais os sinais são emitidos para que a tripulação identifique ou se previna de um momento ou situação crítica? Bem, basta dizer que o comandante tem recursos e treinamentos a seu favor que o capacitam a desempenhar uma leitura rápida e precisa do momento crítico antes de qualquer um.

Nesse momento, volto essa breve leitura do cotidiano dos colegas da aviação e trago para o cotidiano do universo foodservice, e apresento uma reflexão: “Qual o momento em que você, comandante / gestor / empresário / investidor, consegue mapear uma turbulência à frente”?

Pensou ou não ficou bem claro para você? Vamos lá! O primeiro ponto para se mapear uma turbulência é ter instrumentos/medidores bem calibrados! O segundo ponto: é necessário saber lê-los muito bem, mas com um prazo ou período predeterminado para que você tenha tempo de notificar a equipe brevemente para se preparar pelas quedas e solavancos que virão mais adiante. E agora? Como seu restaurante, pousada, hotel etc… vem passando pelas turbulências, por mais quantas você e sua equipe conseguem ou têm capacidade para enfrentar? Será que na próxima seu avião vai precisar fazer um pouso de emergência ou vai cair vertiginosamente?

Caro leitor, acredite, você não está sozinho nesse céu!

Tenho vivenciado situações onde bons negócios vivem e enfrentam turbulências críticas e outras mais leves e até alguns sofrendo o famoso vento de cauda. Mas, quando converso com os gestores e empresários envolvidos, poucos sabem ou têm uma leitura de seus principais medidores e indicadores. Muitos sequer sabem que os mesmos existem e que poderiam se preparar lendo-os corretamente.

Recentemente, um projeto apresentou-se como uma ótima oportunidade e desafio junto a nossa empresa. Fiz as leituras necessárias, diagnóstico prévio do cliente e do negócio, mas a grande surpresa foi descobrir que esse projeto já estava em fase terminal incubado na mentalidade e miopia empresarial dos proprietários. Todo o foco em calibração dos medidores e aferição dos mesmos foi criado, passamos a fase de implantação junto aos principais gestores e equipes, mas, quando chegamos ao comandante ou empresário, sua miopia empresarial impediu que eles pudessem, mais uma vez, levantar voo utilizando todos e ainda previsões. Conclusão: ainda operam com métodos dos século passado e com um visão limitada, diminuindo a capacidade daqueles que estão envolvidos no negócio, ou seja, os seus colaboradores.

É cansativo e muito triste ver pessoas à frente de negócios ondem existem outros envolvidos e que dependem daquilo como única fonte e são oprimidos com a miopia empresarial, levando a todos ao desânimo, fadiga e comodismos de que “nada muda enquanto fulano estiver aqui”.

E você, como está o seu plano de voo ou seu plano de negócio, ou plano orçamentário? Seus medidores e indicadores estão aferidos e calibrados? Sua tripulação/equipe está treinada e capacitada a entender os sinais luminosos, sonoros, numéricos etc… sobre as futuras turbulências? Se sua resposta foi sim, meus parabéns! Mas se sua resposta foi não, é importante buscar entendê-los e aplicá-los com brevidade ao seu negócio.

Texto: Adalberto Santos
*Adalberto Santos é sócio da Guersola Consultoria & Assessoria em Empreendimentos Gastronômicos. Graduado em Administração Empreendedora, Pós-Graduado em Gestão Empresarial e MBA em Gestão Estratégica de Negócios. Possui uma experiência de 19 anos em gestão de empresas nacionais e multinacionais no segmento de hospitalidade, passagem pelos setores administrativos, operacionais e de alimentação, que possibilitaram uma visão ampla das estruturas organizacionais das empresas onde colaborou. Vivência na operação e abertura de empreendimentos hoteleiros como gerente geral de hotéis de diferentes portes e categorias, em mais de dez cidades no Brasil.

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