Com saúde não se brinca, e é exatamente por isso que, a qualquer sintoma estranho, a maioria das pessoas tende a questionar se ele não pode ser sinal de algum problema mais grave.
Provavelmente, todas as mulheres já apresentaram, por exemplo, em algum momento da vida, episódios de coceira na região vaginal – na parte interna ou externa. E se viram, a partir daí, em dúvida sobre o que poderia ter ocasionado este sintoma que causa tanto incômodo.
Uma preocupação bastante comum é: será que a coceira vaginal pode ser sinal de alguma doença sexualmente transmissível? Dúvidas como “a partir de que momento é necessário buscar ajuda médica?”, “o que fazer para evitar a coceira?”, entre outras, também são frequentes.
Pensando nisso, abaixo você confere as respostas para essas e outras perguntas relacionadas à coceira vaginal.
Principais causas da coceira vaginal
Vale ressaltar que a coceira vaginal pode ser originada por diversos fatores e se manifestar tanto na região externa da vagina como na região interna.
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Milca Cezar Chade, ginecologista e obstetra da Clínica Chade, destaca que os sintomas como o prurido (coceira) vaginal interno e externo, queimação e desconforto para urinar podem representar corrimento vaginal, sendo a candidíase a segunda causa mais comum de corrimentos.
Os fatores de risco clássico para o problema, de acordo com a ginecologista Milca, são:
- uso de antibióticos,
- uso de corticoides,
- uso de contraceptivos hormonais combinados,
- gestação,
- diabetes,
- estresse,
- imunossupressão,
- hábitos de higiene e vestuário,
- alérgenos,
- ambiente quente e úmido.
Em resumo, a candidíase é causada pelo fungo Candida albicans que pode se proliferar na vagina por um desequilíbrio do ambiente, normalmente ocasionada por alguns comportamentos inadequados, como, por exemplo: deixar a calcinha secar no banheiro e não em local arejado, passar o dia inteiro com a mesma roupa etc.
Vale destacar que a coceira vaginal somente na região externa, muitas vezes, é sintoma bastante característico de um processo alérgico. O uso constante de calcinha de lycra, sabonete íntimo, asseio com substâncias abrasivas como vinagre e outras, podem desencadear o prurido (coceira) associado à vermelhidão e irritação da região.
Coceira vaginal x DST
A coceira vaginal pode ser sinal de alguma doença sexualmente transmissível? Esta é uma preocupação bastante comum entre as mulheres.
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Milca Chade destaca que algumas doenças sexualmente transmissíveis, como condilomatose (verrugas de HPV), podem abrir o quadro com coceira na região externa. “Mas a coceira está mais associada à candidíase – que não é considerada uma doença sexualmente transmissível”, explica.
Coceira vagina: quando procurar ajuda médica?
Milca Chade explica que o auxílio médico deve ser procurado o mais breve possível, assim que a coceira começar.
Na consulta, o profissional, além de examinar a paciente, provavelmente fará perguntas que podem incluir:
- Quando começou a coceira?
- Onde exatamente é a coceira?
- A coceira é intensa (a ponto de atrapalhar suas ações do dia a dia)?
- Você já teve este problema antes?
- Você utiliza roupas apertadas com frequência?
- Você é sexualmente ativa?
- Você toma anticoncepcional?
- Está fazendo atualmente o uso de algum medicamento?
- Você pratica atividades físicas?
- Além da coceira, há outros sintomas?
- Você é alérgica?
Os exames de diagnóstico que poderão ser realizados, de acordo com pedido do médico, incluem: cultura e exame microscópico de corrimento vaginal; papanicolau; biópsia de pele da área da vulva; exames de urina; exame de sangue.
Como tratar a coceira vaginal
Somente um médico poderá indicar a melhor forma de tratamento, após diagnosticar o problema que ocasionou a coceira vaginal. Por isso reforça-se a necessidade de procurar um profissional assim que o prurido (interno ou externo) começar a incomodar.
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A ginecologista Milca destaca, de forma geral, que existem vários drogas antifúngicas recomendadas para o tratamento da coceira vaginal interna e externa, como pomadas e cremes vaginais e também comprimidos orais.
Como evitar a coceira vaginal
A ginecologista Milca destaca que para evitar o prurido (interno e externo) e o aparecimento da candidíase é preciso adequar os hábitos de higiene e vestuário. “É notória a prevenção e a melhora da recorrência com a mudança de hábitos como evitar o uso de vestimentas apertadas, sintéticas e molhadas”, diz.
“O uso de produtos higiênicos adequados também minimizam os riscos alergênicos e irritantes, além de interferir menos com a microbiota regional”, acrescenta.
É preciso evitar ainda as medicações que são fatores de risco, conforme lembra a ginecologista Milca: antibióticos, corticoides, contraceptivos hormonais combinados.
De olho nas orientações, você confere abaixo algumas dicas práticas de como evitar a coceira vaginal:
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- Evite calcinhas de lycra, dando preferência às de algodão;
- Evite usar calça jeans por muito tempo;
- Foi para a praia ou piscina? Troque a roupa molhada o mais rápido possível;
- Não deixe calcinha secando no banheiro;
- Não fique por muito tempo com a roupa que praticou atividade física;
- Evite usar papel higiênico colorido ou perfumado;
- Evite o uso de espumas de banho;
- Mantenha sua área genital sempre limpa e seca;
- Use sabonete neutro para a higienização da área genital;
- Se tem diabetes, mantenha sua glicemia controlada;
- Faça o que puder para evitar o estresse e, se necessário, procure ajuda profissional para isso.
Agora você já sabe que mudanças simples de hábitos – principalmente relacionados à higiene e vestuário – podem evitar a coceira vaginal. Porém, não se esqueça de que seu médico deve ser procurado caso o prurido venha a te incomodar. Somente um profissional poderá indicar a melhor forma de tratamento de acordo com as particularidades de cada caso.
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