quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Os restaurantes são responsáveis pelo lixo que geram

Os restaurantes são grandes geradores de lixo, de resíduo orgânico. E o que se tem feito com isso? Que soluções podem ser implementadas?

Em São Paulo, só 7% do lixo produzido é reciclado. E quando se fala em Brasil, os números são ainda mais alarmantes: só 3% do lixo acabam sendo reciclados.  Diariamente, no Brasil, mais de 40 mil toneladas de restos de comida vão parar no lixo.

‘Debate “Restaurantes: um ecossistema único – responsabilidade e saúde no prato”

Pensando nesse nosso ecossistema único, Ana Rita Cohen, idealizadora do selo CSR – Cozinha Saudável e Responsável – promoveu um interessante debate para se abordar assuntos como desperdício, sustentabilidade, tecnologias e muito mais.  ‘Restaurantes: um ecossistema único – responsabilidade e saúde no prato’ foi o tema do evento, e o encontro fez parte da programação da Semana Lixo Zero em São Paulo, que contou com uma série de iniciativas e eventos em diversas cidades do país.

Estavam presentes entre os debatedores: Priscilla Herrera (restaurante Banana Verde), Daniel Orlsner (restaurante Teva), Mariana e Luis (Corrutela), Felipe Craide  (Trasix), Eduardo Prates (Eco Circuito), Marquinhos (Cataki) e Natália Rodrigues (ONG Banco de Alimentos).

Ana Rita Cohen, ido selo CSR – Cozinha Saudável e Responsável

Discutiram-se ali diversas possibilidades e formas de como reduzir o desperdício em restaurantes – da compra de insumos à doação e/ou descarte, quando não se pode reaproveitar os alimentos internamente.

Segundo a Abrasel, existem hoje cerca de  1,2 milhões de bares e restaurantes no Brasil. Na cidade de São Paulo, há 60 mil restaurantes. Deste número, nem 0,1% utiliza práticas sustentáveis. É muito pouco.

Para Ana Rita Cohen, “Não existe mágica. É preciso consciência, paciência, persistência e coragem para ter o compromisso de cuidar dos resíduos, zelando pela saúde.”

Chef Priscilla Herrera, do Banana Verde

Priscilla Herrera contou algumas medidas que tomou em seu restaurante: trocar os produtos de limpeza convencionais por produtos biodegradáveis; abolir o uso de garrafa de água pet; acabar com a utilização de canudinhos; trocar o sachê de adoçante/açúcar por açucareiros etiquetados com a validade. E desabafou: “É preciso ter muita resiliência.”

Mariana, sous chef do restaurante Corrutela disse que a relação com os fornecedores é muito próxima. “A cada semana o menu é trocado, em função da sazonalidade dos produtos que recebemos.”  E seu colega Luis, também sous chef da casa, acrescentou que ali há o aproveitamento total dos produtos. E o que realmente não dá para ser aproveitado, vai para a composteira do restaurante. Cerca de 5 quilos são jogados diariamente na compsteira.

De acordo com Felipe Craide, mais de 90% do que vai para o lixo poderia ser reciclado.  Ele bate na tecla de que “Cada pessoa precisa ser responsável pelo resíduo que gera.” E só com capacitação, treinamento, trazendo os colaboradores para dentro do projeto, e fazendo com que entendam a razão dos processos, é que eles irão se engajar.

Participante do evento

Daniel Orlsner, sócio e fundador do restaurante de vegetais Teva, afirma que “É preciso transformar o pensamento das pessoas, para que diminuam o consumo de coisas, e construam um mundo mais sustentável.

Para Eduardo, o desperdício não acontece só na ponta da cadeia, no restaurante. Vai desde a produção. manuseio e transporte, até os Ceasas. “Há perdas em todas as etapas do processo, mas é no transporte e no manuseio que ocorre a maior parte do desperdício: 50% do total.

O importante é ter em mente que cada um tem que fazer a sua parte.

Por Redação
Fotos: Arquivo Infood

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