Os restaurantes são grandes geradores de lixo, de resíduo orgânico. E o que se tem feito com isso? Que soluções podem ser implementadas?
Em São Paulo, só 7% do lixo produzido é reciclado. E quando se fala em Brasil, os números são ainda mais alarmantes: só 3% do lixo acabam sendo reciclados. Diariamente, no Brasil, mais de 40 mil toneladas de restos de comida vão parar no lixo.
Pensando nesse nosso ecossistema único, Ana Rita Cohen, idealizadora do selo CSR – Cozinha Saudável e Responsável – promoveu um interessante debate para se abordar assuntos como desperdício, sustentabilidade, tecnologias e muito mais. ‘Restaurantes: um ecossistema único – responsabilidade e saúde no prato’ foi o tema do evento, e o encontro fez parte da programação da Semana Lixo Zero em São Paulo, que contou com uma série de iniciativas e eventos em diversas cidades do país.
Estavam presentes entre os debatedores: Priscilla Herrera (restaurante Banana Verde), Daniel Orlsner (restaurante Teva), Mariana e Luis (Corrutela), Felipe Craide (Trasix), Eduardo Prates (Eco Circuito), Marquinhos (Cataki) e Natália Rodrigues (ONG Banco de Alimentos).
Discutiram-se ali diversas possibilidades e formas de como reduzir o desperdício em restaurantes – da compra de insumos à doação e/ou descarte, quando não se pode reaproveitar os alimentos internamente.
Segundo a Abrasel, existem hoje cerca de 1,2 milhões de bares e restaurantes no Brasil. Na cidade de São Paulo, há 60 mil restaurantes. Deste número, nem 0,1% utiliza práticas sustentáveis. É muito pouco.
Para Ana Rita Cohen, “Não existe mágica. É preciso consciência, paciência, persistência e coragem para ter o compromisso de cuidar dos resíduos, zelando pela saúde.”
Priscilla Herrera contou algumas medidas que tomou em seu restaurante: trocar os produtos de limpeza convencionais por produtos biodegradáveis; abolir o uso de garrafa de água pet; acabar com a utilização de canudinhos; trocar o sachê de adoçante/açúcar por açucareiros etiquetados com a validade. E desabafou: “É preciso ter muita resiliência.”
Mariana, sous chef do restaurante Corrutela disse que a relação com os fornecedores é muito próxima. “A cada semana o menu é trocado, em função da sazonalidade dos produtos que recebemos.” E seu colega Luis, também sous chef da casa, acrescentou que ali há o aproveitamento total dos produtos. E o que realmente não dá para ser aproveitado, vai para a composteira do restaurante. Cerca de 5 quilos são jogados diariamente na compsteira.
De acordo com Felipe Craide, mais de 90% do que vai para o lixo poderia ser reciclado. Ele bate na tecla de que “Cada pessoa precisa ser responsável pelo resíduo que gera.” E só com capacitação, treinamento, trazendo os colaboradores para dentro do projeto, e fazendo com que entendam a razão dos processos, é que eles irão se engajar.
Daniel Orlsner, sócio e fundador do restaurante de vegetais Teva, afirma que “É preciso transformar o pensamento das pessoas, para que diminuam o consumo de coisas, e construam um mundo mais sustentável.”
Para Eduardo, o desperdício não acontece só na ponta da cadeia, no restaurante. Vai desde a produção. manuseio e transporte, até os Ceasas. “Há perdas em todas as etapas do processo, mas é no transporte e no manuseio que ocorre a maior parte do desperdício: 50% do total.”
O importante é ter em mente que cada um tem que fazer a sua parte.
Por Redação
Fotos: Arquivo Infood
O post Os restaurantes são responsáveis pelo lixo que geram apareceu primeiro em Infood.
Os restaurantes são responsáveis pelo lixo que geram Publicado primeiro em https://infood.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário